2 de set. de 2015

Moça, não tenha medo de ficar molhadinha!

Oi galera! Hoje eu trouxe um texto muito legal que eu vi no blog Café com glitter. Quem quiser ler o post lá é só clicar aqui. Porém a autoria não é deste blog. É de um cara chamado Ricardo Coio. Portanto, todos os créditos reservados. Mas, vamos ao texto? BORA!



Para conseguir o telefone dela, meu caro, eu fui obrigado a matar duas pessoas (sendo que uma delas tinha menos de quatro anos), a invadir o sistema operacional da NASA e a vender dois terços do meu rim no mercado negro. Brincadeira! Porém, eu confesso: não foi nada fácil. Você nem imagina a quantidade de pauzinhos que eu precisei mexer só para conseguir os oito números que separavam o meu “Alô” do “Quem é?” dela. Mas eu, bravamente, valendo-me de toda a minha insistência tupiniquim, consegui. E não parei por aí: depois de três ligações e de utilizar todo o meu repertório de gracejos telefônicos, eu a convenci a passar um domingo inteiro comigo.

Depois de algumas unhas roídas, dias infindáveis e muitas expectativas criadas, eu, perfumado e de camiseta nova, estacionei o meu carro em frente ao portão da casa dela. A moça demorou mais de quarenta minutos para aparecer, mas, até aí, nada capaz de surpreender um homem que já foi a outros encontros antes.



“Qual será o nosso roteiro?“, ela me perguntou, depois de ter dado um beijo estalado em minha bochecha e de ter elogiado o perfume que eu borrifei calculadamente. “Surpresa!”, eu respondi. Pedi para que ela confiasse em mim e rumei em direção a um dos locais mais secretos de São Paulo. Não adianta! Eu não vou revelar onde fica. O que posso dizer é que lá, onde levei a moça, o verde predomina.

Após uma longa e esburacada estrada de terra, finalmente chegamos. E o meu primeiro susto não demorou a rolar: a moça, assim que desceu do carro, começou a andar como se estivesse pisando em brasa e portando cacos de vidro dentro da calcinha. “Que porra é essa?”, eu pensei. E perguntei sorrindo: “Está tudo bem?”. “Está. É que eu não quero sujar a minha sapatilha nova!”, ela respondeu, com cara de nojo e como se estivesse caminhando sobre uma trilha feita de merda de elefante. “E desde quando a grama suja a sapatilha de alguém?”, eu pensei, já prevendo que seria um dia daqueles. E foi.

“Está muito longe?”, ela me perguntou, depois de andarmos cerca de sete metros. “Não, fique tranquila, já estamos quase chegando!”. “Voilà!”, eu disse, assim que avistamos o cenário de piquenique que eu, horas antes, havia preparado com muito zelo. “Já volto, preciso pegar algumas coisas no carro!”, eu disse e fui buscar os alimentos perecíveis que estavam em meu porta-malas. Quando eu retornei, para a minha surpresa, ela ainda estava de pé e olhando fixamente para o chão, como se fitasse o interior de um banheiro químico judiado por intestinos soltos.

Sem exagero: ela demorou aproximadamente dez minutos para, finalmente, sentar na porra da toalha que eu havia estendido sobre a grama. E, ao invés de relaxar e de observar o lindo visual do local em que estávamos, ela ficou com cara de quem estava com medo de ter a periquita invadida por formigas saúvas. Ela não relaxava. E aquilo foi me deixando cada vez mais tenso.



Para piorar, eu fui completamente enganado pelo Climatempo: nuvens escuras, rapidamente, começaram a aparecer no céu. E logo caiu o primeiro pingo. Uma gota que deixou a moça em estado de completo desespero. Ela, sem pestanejar, esbugalhou os olhos, cobriu a cabeça com um waffle e disse: “Precisamos sair daqui!”. Irmão, você precisava ter visto a cara de pavor que ela fez! Eu só vi expressão semelhante em uma das cenas do filme Jurassic Park, motivada pela presença de um tiranossauro e não por uma gotinha de chuva. Quando o segundo pingo caiu, a moça já não estava mais lá. Arrumei tudo sozinho, corri para o carro, flagrei-a se maquiando com a ajuda de um pequeno espelho e, trinta minutos depois, para o meu alívio, deixei-a, sã e salva, em frente à casa dela. Nunca mais liguei. Nem ela.

Eu sei que a chuva estraga a chapinha. Sei, também, que nem toda maquiagem é à prova de água. Porém, quando a mulher, para manter o penteado intacto e a roupa higienizada, não se solta e passa a evitar qualquer possibilidade de diversão, eu, Ricardo Coiro, acho uma puta chatice.

Vaidade é importante, claro que é! Mas, em alguns momentos, em prol da construção de uma boa memória, ela precisa ser deixada de lado, esquecida.

Não estou exigindo que as moças mergulhem, sorrindo, em rios cheios de sanguessugas famintas. Também não estou propondo que a vaidade feminina seja completamente extinta. Nada disso! Apenas quero deixar aqui, neste texto, a minha admiração por mulheres que, quando o momento pede, deixam o cabelo bagunçar, o suor escorrer e a maquiagem borrar. Gosto – e muito! – das mulheres que, na hora do amasso, não estão nem aí para a camisa que acabou de ser passada. Estão me entendendo?

Já ouvi falar de mulheres que, até na hora do sexo, evitam se sujar. Como bem disse o comercial do Omo: “Se sujar faz bem!”. Despentear-se também. Borrar-se também. Ficar totalmente amassada também. Mil vezes pior do que uma mulher com o penteado bagunçado, acredite, é uma moça que diz “não” a todos os programas capazes de tirar os fios de cabelo do lugar. Como namorar uma mulher que fará um escândalo a cada chuva inesperada? Como? Como manter uma relação com uma moça que, só para não lascar a unha, dirá “não” quando você convidá-la para experimentar a adrenalina do rafting? Como se divertir ao lado de uma fêmea que, para não amassar a roupa, não entra em montanha-russa? Não é nada fácil. Gente assim fode o rolê!



Moças do meu Brasil, por favor, saibam que nós, homens, não ligaremos caso o cabelo de vocês, do nada, deixe de ser liso. Não estamos nem aí se a sua camisa ficar amassada como a de um bêbado. De verdade! Saibam, também, que adoramos quando vocês deixam a frescura de lado e aceitam nos beijar sem a presença de um guarda-chuva. É sério. A lama, com certeza, sairá da sua pele, mas a impressão ruim que vocês passam quando dizem “não” em nome de um penteado, acredite, impregna mais do que graxa.

Até pensei em também falar sobre o homem que, para não desmanchar o topete e não amassar a gola da camisa, prefere locais nos quais o vento não entra e transas milimetricamente calculadas, mas, se quer saber, ele não vale nem dois parágrafos.

Palmas para as moças que não têm medo de voltar pra casa sem um botão da camisa, com o joelho ralado e com o cabelo mais bagunçado do que banheiro de casa de praia superlotada.

Obs: É por isso que eu gosto de mulher que não tem medo de ficar molhadinha!

Via: Ricardo Coio


4 comentários:

  1. Com certeza é um texto muito lindo para nos motivar a dar importância para as coisas que realmente valem a pena. Precisamos dar mais chance pra felicidade.
    http://felicidadeporacaso.blogspot.com.br/

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  2. Acho que li esse texto com assinatura do Coiro no Casal sem vergonha ou no Entenda os homens. Num desses blogs/sites.
    Se não conhece os textos dele, vale a pena dar uma procurada porque o cara é massa. ;)


    Beijos.

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  3. Vou procurar sim, Magda! Já anotei na minha agenda a sua indicação, e obrigada pela visita! Beijos ;)

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